terça-feira, 11 de junho de 2013

VAI PRA ONDE?

Quando eu chegar lá,
Vou querer rir das lembranças
E chorar as alegrias.

É bom se alegrar com a mão que,
delicada, desce pelas minhas costas,
afeto que sinto com o corpo.

E é bom ter um amigo bobo,
Especialista em histórias tolas
Que fazem a gente rir até a barriga doer.

E o abraço demorado,
Dos bracinhos pequeninos,
Seguido de um beijo molhado na bochecha,
Tem coisa melhor?

As palavras de estímulo,
Trazidas pela voz cansada
E por isso ainda mais terna.

Uma garfada generosa,
Da comida bem molhuda.

Um gole do vinho perfumado,
Sorvido sem pena da taça.

Dez minutos pra pensar,
Em porque eu sou assim,

Alguns anos pra achar
O que afinal fazer de mim.

Um som tão diferente
Que os dedos lutaram uma semana para produzir.

Um amor tão bom que não dá nem pra dizer.

Tantas memórias boas,
Quanto porvir.

Pois que venha!
Certamente não estarei preparado.

E despreparado assim,
Cruzarei a linha de chegada.
Não há de ser nada! Chegarei  lá feliz.
O mais importante eu já sei,
O caminho, como pude encontrei,
Mas o prêmio fui eu quem fiz.