O POETA INÚTIL
Era uma vez um poeta
Que nunca tinha escrito um verso.
Um poeta inútil!
E como ser inútil era feio,
e ser feio era esquisito,
e ser os três inaceitável,
o poeta abandonou a pena,
inútil,
e abraçou a espada,
porque pra um homem com uma espada
sempre há utilidade.
E só pra ser útil,
brandiu a espada,
sem se importar com o sangue
que ia ficando para trás,
porque guerreiros não ligam pra manchas de sangue.
Até que sua visão escureceu
só então se deu conta
que o sangue no chão era seu,
o ferido da batalha era ele.
Na longa jornada de volta,
ferido e cansado,
com a ponta da espada
pesada e inútil,
entalhou numa árvore
o único poema que viria a escrever:
“Mais vale a pena que não usei,
que a espada que empunhei.
No fundo, inútil tudo é,
menos o que prescinde de utilidade,
como a poesia que carrego em mim”.
Obrigado e não pare.
ResponderExcluirInsoirado em Tchu!! Coisinha fofa!!
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